A Intentona Comunista de 1935 não foi um episódio isolado que ocorreu apenas no Rio Grande do Norte. Ela surgiu dentro de um contexto internacional e, ao mesmo tempo, brasileiro.
Na "História do Povo Brasileiro" se encontra a descrição do cenário no qual a Intentona se realizou: "Naquela época de agudos conflitos sociais, a democracia clássica se imobiliza, enleada em impedimentos formais, enquanto os ditadores de esquerda e de direita, vencidos os impecilhos internos preparavam-se para o inevitável confronto mundial (...) O Brasil tornou-se, assim, o grande centro de competições entre os idealistas totalitários, na América Latina, no interregno liberal de 1934 a 1937.
A Constituição de 1934, que havia escolhido Getúlio Vargas para presidente da República por via indireta, ensejou a formação de partidos políticos. Entre as organizações partidárias nascidas na ocasião estava a "Aliança Nacional Libertadora", de orientação comunista, cujo presidente de honra era Luís Carlos prestes, filiado ao PC (Partido Comunista) desde 1928. A "Aliança Nacional Libertadora' encarregou-se organizar greves e manifestações públicas onde pediam o candelamento da dívida imperialista, nacionalização de empresas estrangeiras e o fim do latifúndio, entre outras reivindicações. Objetivam também: impor o vasto programa da ANL (Aliança Nacional Libertadora); a queda do governo Vargas; o fim do fascismo; a defesa da pequena propriedade; jornada de oito horas de trabalho; aposentadoria, e defesa do salário mínimo.
Foi a ANL que inspirou o movimento comunista que eclodiu em novembro de 1935 na cidade de Natal e que ficou conhecido como sendo a Intentona Comunista.
O fato é que, como disse Tarcísio Medeiros, "foi nesse ambiente que o interregno liberal, de 1934 a 1937, foi dominando o Brasil, no qual as correntes democráticas perdiam o controle das massas e das ruas, envolvidas nas competições pessoais e nas tricas de campanário"
FONTE - TRIBUNA DO NORTE
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